CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Por que é necessário ter uma noção do
desenvolvimento e da evolução histórica da disciplina?
A
Contabilidade é uma ciência essencialmente utilitária, no sentido de que
responde, por mecanismos próprios, a estímulos dos vários setores de economia.
Portanto, entender a evolução das sociedades, em seus aspectos econômicos, dos
usuários da informação contábil, em suas necessidades informativas, é a melhor
forma de entender e definir os objetivos da Contabilidade.
CONCEITO
A Contabilidade é a
ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro,
demonstração e interpretação dos fatos nele ocorridos.
“Contabilidade é a
ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de
registro relativas à administração econômica.” – Conceito oficial formulado no
Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro, de
17 a 27
de agosto de 1924.
“A Contabilidade é,
objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus
usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física
e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.” –
Pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores, aprovado pela Comissão de
Valores Mobiliários através da Deliberação CVM nº 29/86.
“É a ciência que
estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades,
mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação destes fatos, com
o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações
e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”. – Hilário
Franco, Contabilidade Geral, Editora Atlas.
OBJETO DA
CONTABILIDADE
O objeto da Contabilidade é o
Patrimônio das entidades econômico-administrativas.
Entidades
econômico-administrativas são organizações que reúnem os seguintes elementos:
pessoas, patrimônio, titular, capital, ação administrativa e fim
determinado. São classificadas em:
a)
Instituições:
Entidades
com fim sócio-econômico: visam lucro que reverterá em benefício da coletividade
a que pertencem. Exemplos: institutos de aposentadorias, pensões, previdência,
etc.
Entidades
com fins sociais: tem por objetivo o bem-estar social da coletividade. Exemplo:
associações recreativas e esportivas, hospitais beneficentes, asilos, etc.
b) Empresas:
finalidade econômica que visa ao lucro. Exemplo: empresas comerciais,
industriais, agrícolas, etc. Podem ser públicas (constituídas com capital do governo:
CEF, Correios, etc.), privadas (constituídas com capital de particulares: Casas
Bahia, Carrefour, etc.) ou mistas (capital do governo e particulares: Banco do Brasil,
Petrobrás, etc.).
OBJETIVO DA
CONTABILIDADE
“O objetivo da Contabilidade é
permitir o estudo e o controle dos fatos decorrentes da gestão do patrimônio
das entidades econômico-administrativas.” Osni Moura Ribeiro.
“O objetivo principal da
contabilidade, portanto, é o de permitir, a cada grupo de usuários, a avaliação
da situação econômica e financeira da entidade num sentido estático, bem como
fazer inferências sobre suas tendências futuras.”
“O objetivo da contabilidade, portanto, pode
ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários,
de forma que propiciem decisões racionais.”
“Para ajudar investidores e credores
na avaliação do fluxo de caixa futuro líquido da empresa em relação a quantidade,
oportunidade e incerteza.”
“O objetivo da contabilidade
financeira é proporcionar um sistema de informação e comunicação externa para
coletar, compactar, interpretar e disseminar dados econômicos, que dêem uma
representação financeira dos desejos econômicos e os interesses relativos dos
segmentos da economia, a fim de facilitar a esses segmentos a formulação de juízos
e à tomada de decisões.”
DA CONTABILIDADE
A principal
finalidade da Contabilidade é permitir a obtenção de informações econômicas e
financeiras acerca da entidade.
APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE
A contabilidade abrange todas as
entidades econômico-administrativas.
O PROFISSIONAL
CONTÁBIL
Denomina-se técnico em contabilidade
aquele que cursou Contabilidade em nível de 2º grau. Após o término do curso
superior (3º grau) de Contabilidade, o profissional é chamado Contador ou bacharel em
Ciências Contábeis.
Tanto o técnico em Contabilidade quanto o
contador são chamados contabilistas, e ambos podem, legalmente, ser
responsáveis pela contabilidade das empresas, analistas de balanços,
pesquisadores contábeis, etc.
O
contador, porém, está habilitado a exercer outras atividades não cabíveis ao
técnico em Contabilidade.
Essas
atividades são:
-
Auditoria:
exame e verificação da exatidão dos procedimentos contábeis.
-
Perícia
Contábil: investigação contábil de empresas motivadas por uma questão judicial
(solicitada pela justiça).
-
Professor
de Contabilidade: o contador pode ser professor de curso técnico. Para ser
professor de curso superior exige-se pós-graduação.
USUÁRIOS DA
CONTABILIDADE
Compreendem todas as pessoas físicas
e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da
situação e do desenvolvimento da entidade, como sócios, acionistas,
administradores, governo, fornecedores, bancos, etc.
Sócios, Acionistas e
Proprietários
Essas
pessoas, interessadas primariamente na rentabilidade e segurança de seus
investimentos, que muitas vezes se mantém afastadas da direção das empresas,
necessitam de informações resumidas que dêem respostas claras e concisas
(precisas, exatas) a suas perguntas.
Por
exemplo: qual a taxa de lucratividade proporcionada o seu investimentos em
ações ou quotas da sociedade?
Será
que a empresa continua a oferecer, a médio e a longos prazos, perspectivas de
rentabilidade e segurança para seu investimento?
Existe
alguma alternativa mais adequada para seus investimentos? Normalmente,
relatórios elaborados pela Contabilidade e esclarecimentos pela administração
por ocasião das assembléias ou reuniões de sócios realizadas algum tempo após o
encerramento dos exercícios são suficientes para responder a tais perguntas.
Administradores,
Diretores e Executivos dos mais variados escalões
O
interesse nos dados contábeis dessas pessoas atinge um grau de profundidade e
análise, bem como de frequência, muito maior que para os demais grupos.
De
fato, são eles os agentes responsáveis pelas tomadas de decisões de cada
entidade a que pertencem.
Tais
decisões visam principalmente ao futuro, mas, para se preparar para agir no
futuro, é necessário não apenas conhecer detalhadamente o que aconteceu no
passado, como também o que está acontecendo no momento.
Note-se
que as informações fornecidas pela Contabilidade não se limitam, como julgam
muitos, ao Balanço Patrimonial e à Demonstração de Resultados.
Além
destas informações básicas e finais de um período contábil, a Contabilidade
fornece aos administradores um fluxo contínuo de informações sobre os mais
variados aspectos da gestão financeira e econômica das empresas.
O
administrador inteligente, que sabe usar a informação contábil e que conhece
suas limitações, tem em suas mãos um poderoso instrumental de trabalho que lhe
permite tomar decisões visando ao futuro com maior segurança, bem como conhecer
a situação atual e o grau de acerto ou desacerto de suas decisões passadas.
Bancos, Capitalistas,
Emprestadores de Dinheiro
Para
estas entidades e pessoas, as perguntas são mais ou menos parecidas às
formuladas pelos sócios, com a diferença de que o interesse dos sócios,
quotistas e proprietários das empresas às vezes vão algo além do puro interesse
de retorno, estando associadas também razões sentimentais, profissionais e de
pioneirismo em seus investimentos.
Quando a empresa opera com prejuízo
ou começa a operar ineficientemente, é muito provável que os sócios continuem a
investir nela seus capitais na esperança de uma melhoria, ao passo que os
emprestadores de dinheiro, cuja única finalidade é a rentabilidade e segurança
de retorno de seus investimentos, serão os primeiros a abandonar o barco em
perigo de naufrágio.
Basicamente,
todavia, o nível, a quantidade e, principalmente, a qualidade da informação
requerida são parecidos, com maior ênfase para os fluxos financeiros, no que se
refere aos emprestadores em geral.
Governo e Economistas
Governamentais
As
repartições e os economistas governamentais têm duplo interesse nas informações
contábeis. Em primeiro lugar, baseando-se frequentemente em tais informações é
que se exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições.
Isto
é especificamente verdadeiro no caso da maioria das empresas, cujo imposto de
renda é taxado a partir dos balanços, embora alguns ajustes tenham que ser
feitos ao lucro contábil para se apurar o lucro tributável.
Em
segundo lugar, os economistas encarregados de análises globais ou setoriais de
nossa economia interessam-se pelos dados contábeis das diversas unidades, os
quais, convenientemente agregados e tratados estatisticamente, podem fornecer
bases adequadas para as análises econômicas.
Pessoas Físicas
A
contabilidade não deixa de desempenhar seu papel de ordem e controle das
finanças também no caso dos patrimônios individuais.
Frequentemente,
as pessoas esquecem-se de que alguns conhecimentos de Contabilidade e Orçamento
muito as ajudariam no controle, ordem e equilíbrio de seus orçamentos
domésticos.