sexta-feira, 28 de junho de 2013

A Simbologia do Anel do Contabilista


    O anel do contabilista é sempre motivo de interrogação sobre seu verdadeiro significado. Muito da simbologia perdeu-se pelos tempos, tornando a interpretação ainda mais complexa, porém resta o bastante para  comentarmos. 

    Símbolos são lembranças de conceitos e, conforme um antigo ditado, "uma imagem vale mais que mil palavras". Os anéis, para as profissões, evidenciam a qualificação que foi obtida em determinado campo de conhecimento. Como uma aliança que representa o matrimônio, um escudo para as agremiações ou entidades, os anéis de grau identificam as profissões que dependem de estudos.

    Em uma das mais antigas profissões do mundo (clique para saber mais sobre a história da contabilidade) o contabilista não poderia deixar de ter o seu anel. O anel do profissional da Contabilidade simboliza e exterioriza o compromisso, a aliança, a união do profissional com o conhecimento científico contábil, o campo do saber, e sua disposição de aplicá-lo em benefício da comunidade em que vive, engrandecendo e valorizando sua profissão, e enaltecendo sua pátria.  Surge no Brasil com os "peritos-contadores" (há mais de 50 anos), e desde seu aparecimento possui as seguintes características:

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Estrutura de ouro.
Pedra principal na cor rosa forte, um rubislite.
Dois brilhantes ladeando a pedra principal, um em cada flanco.
Em uma lateral, a tábua da lei em platina ou ouro branco.
Em outra lateral, o caduceu estilizado em platina ou ouro branco.


    A tradição deu ao anel do contabilista (ainda não havia a divisão entre técnicos e contadores) uma identificação central, por sua pedra cor-de-rosa forte. A cor rosa do rubislite remete à cor vermelha do rubi, pedra-símbolo dos advogados, devido a forte conexão histórica entre Contabilidade e Direito, principalmente no século XIX.
Os brilhantes que ladeiam a pedra principal estão presentes em todos os anéis de graduação. Atribui-se a eles o símbolo do "valor cultural", associado ao "maior valor das pedras preciosas". Os brilhantes representam a transformação da pedra bruta, os estudantes, em joia lapidada, os profissionais plenamente capazes de exercer seu ofício.

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    O desenho da tábua da lei em uma das laterais remete aos dez mandamentos de Moisés. Aceitar a tábua como instrumento simbólico parece-nos justo, para lembrar a responsabilidade legal da escrita contábil como instrumento de fé pública, e como o limite em que a atuação profissional não deve transgredir. Essa ideia se adapta a uma simbologia que apresenta, como uma de suas bases, a conduta do contabilista orientada ao respeito à lei. 

    O caduceu, presente na outra lateral do anel, é o símbolo da contabilidade. Sua figura é composta por um bastão com duas serpentes entrelaçadas a ele e um elmo alado em sua  parte superior. O uso do Caduceu pelos romanos simbolizava o equilíbrio moral e a boa conduta: o bastão expressando o poder; as duas serpentes representando a sabedoria, as asas como símbolo da diligência e o elmo, parte da armadura romana que protegia a cabeça, tem como significado a proteção aos pensamentos baixos que levam a ações desonestas.


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    Os objetos simbólicos do anel que utilizamos como representação dos profissionais da Ciência Contábil trazem significados históricos e culturais. Embora a sociedade não conheça a fundo os símbolos ou seus significados, nós, futuros contabilistas devemos ter a consciência da importância daqueles valores representados no anel, para o melhor desenvolvimento das nossas atividades. É um objeto identificador de cultura e habilitação para o exercício da profissão contábil, seus símbolos inspiram significações sociais, ligadas à lei e à proteção dos que desempenham atividades, visando cumprir finalidades humanas produtivas, em favor próprio e da sociedade.



Referências:
http://www.crcpr.org.br
http://www.sedep.com.br/?idcanal=24191
http://www.crcmg.org.br/inst_anel.asp
http://simbologiacontabil.blogspot.com.br/2007/06/os-significados-dos-smbolos-contbeis.html

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A História da Contabilidade

                                               
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos.
Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual.
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.
origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.
 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros.
 
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
 
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.
Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma:
CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano.
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.
CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje.